“Quem não reconhece o passado não é digno de viver a grandeza do presente.”
Esta frase é de autoria do pastor Robson Noronha, pastor presidente da IBC Salem Braga e de suas respectivas congregações.
Durante a festividade de 37 anos da Congregação de Sítio Cassemiro, interior do município de Redentora, (trabalho dirigido pela Igreja de Braga), foi homenageado o primeiro casal a converter-se a Cristo na região: o diácono Valdomiro Correia e Maria Acker Correia. Eles, que agora já descansam com Cristo, foram responsáveis por conduzir muitas almas para o Senhor na localidade onde viveram. Através de suas vidas e de sua oferta, o Evangelho foi proclamado no interior de Redentora, com sua pregação e com a doação que fizeram de uma parte do terreno de sua própria casa para que a primeira Igreja fosse construída ali.
Os atos da vida de missões urbanas do casal Correia são do mesmo tempo em que outro personagem saudoso da Convenção Batista Conservadora – CBC -, o pastor Anarolino da Luz Leão, ainda era o presidente da denominação. Incansáveis pelo Reino de Deus, Valdomiro e sua esposa evangelizaram seus vizinhos usando como meio de locomoção uma jardineira (carroça). Sob as rodas do transporte que era tão rústico, as Boas-Novas do Reino dos Céus foram proclamadas.
Após doarem parte do terreno de sua casa para que o primeiro templo fosse erguido, o casal acompanhou a construção – um prédio de madeira, erguido conforme os recursos disponíveis na época. Depois, acolheu os obreiros que atendiam a Congregação. Conforme relata o pastor Robson Noronha, o diácono e sua esposa eram como pais de cada um dos jovens obreiros que passaram pelo campo de Sítio Cassemiro.
A irmã Maria partiu para estar com Cristo há cerca de 6 anos, e, segundo afirma o pastor Robson, deixou uma lacuna nos corações de quem a conheceu. Persistente e sem constrangimentos para anunciar a Palavra de Deus, evangelizava a todos que passavam por sua varanda, e é reconhecida, até o dia de hoje, por aqueles que conviveram com ela. Algumas dessas pessoas, inclusive, ainda são membros da Igreja nos dias atuais.
O diácono Valdomiro partiu para estar com Cristo no ano passado, aos 94 anos de idade. Viveu tempo suficiente para ver o antigo templo de madeira ser substituido por um novo, feito de alvenaria, sobre o mesmo terreno que ele e a esposa doaram para a Obra de Deus. Foi consagrado como diácono pelo pastor Robson, ministro este que também acompanhou os últimos dez anos de vida do ancião e que o definiu como um “esteio da Igreja”. Mesmo com as limitações de sua idade avançada, esforçava-se para ir aos cultos no templo. Partiu ainda estando lúcido e sem nenhuma doença grave.
Ele manifestava seu desejo de ir morar com Jesus, e no último encontro que teve com o pastor Robson, debaixo de um galpão velho, e sentados em cepos de madeira, o “irmão Miro”, como era chamado pelos mais próximos, declarou que não entendia porque Jesus ainda não o havia levado. Nesse mesmo encontro, ele e o pastor Robson oraram e choraram na Presença de Deus. O pastor, então, fez leitura em Salmos 37.4.
Dez dias depois, a Igreja se despedia desse grande exemplo de fé. Durante o culto fúnebre, diversas pessoas, (algumas delas que atualmente residem em outros estados do Brasil mas que já moraram em Redentora), pediram a palavra a fim de testemunharem sobre como conheceram a Cristo através da vida do irmão Valdomiro.
Para o pastor Robson, o casal Correia, além de trabalhar incansavelmente pela Obra de Deus durante o tempo em que esteve na ativa, também deixou um legado, do qual a Igreja em Sítio Cassemiro e na região colhe frutos até o dia de hoje:
“Estamos caminhando sobre lágrimas e sangue de nossos irmãos que, em tempos bem difíceis, mantiveram as portas da Igreja abertas e funcionando; atenderam o povo, abriram a Igreja para os cultos em épocas de crise, em épocas de luta, sem pastor, muitas vezes, por ser no interior do município.”
Para homenagear a trajetória de fé do casal Correia, duas pré-inaugurações recentes da Congregação em Sítio Cassemiro receberam seus nomes: o salão de festas Valdomiro Correia, e a cozinha Irmã Maria Acker Correia. E a jardineira, o veículo de locomoção, agora considerado ultrapassado, mas que, na época, muito serviu para a proclamação do Evangelho, não existe mais, exceto as duas rodas que a moviam e que agora viraram artigos decorativos (lustres de teto) no novo salão, mais uma maneira de homenagear a memória de quem muito fez pela Obra de Deus.
Foto do casal Correia – Naquela época, os registros fotográficos eram raros e mais reservados a ocasiões especiais, como festas de aniversário
Registro de um culto realizado no templo de madeira – o terreno foi doado pelo casal
Recentemente, a Congregação de Sítio Cassemiro homenageou seus fundadores, usando seus nomes em dois novos espaços – o salão de festas Valdomiro Correia e a cozinha Irmã Maria Acker Correia – Durante o momento de consagração, o povo de Deus agradeceu pela vida do casal que deixou seu exemplo e legado de fé à Igreja