“Depois, fez Moisés partir os israelitas do mar Vermelho, e saíram ao deserto de Sur; e andaram três dias no deserto e não acharam água.
Então, chegaram a Mara; mas não puderam beber as águas de Mara, porque eram amargas; por isso, chamou-se o seu nome Mara.
E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber?
E ele clamou ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe um lenho que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces; ali lhes deu estatutos e uma ordenação e ali os provou.” (Êxodo 15.22-25).
Fazia apenas alguns dias que o povo de Israel havia vivenciado um dos milagres mais maravilhosos registrado nas Escrituras: a travessia do mar Vermelho. Eles pisaram no mar como em terra seca, e viram seus inimigos serem mortos quando o mar novamente se fechou. No entanto, tão logo vieram os testes no deserto, o povo já duvidou novamente do Cuidado de Deus. Não encontraram água e murmuraram. Sua reclamação era por conta de uma necessidade de instinto de sobrevivência: a sede. Nesse relato bíblico vemos manifestar-se, claramente, a mediocridade humana opondo-se à Excelência Divina.
A mediocridade é o estado do mediano, daquele que é mais ou menos; alguém que precisa, de imediato, satisfazer seus instintos mais primitivos, mas que se contenta somente com isso. Não evolui, não aprende coisas novas. Fica somente na zona de conforto.
Como alguém pode tornar-se medíocre para com Deus? Quando este alguém, no primeiro teste vindo da parte do Senhor, abre mão da sua confiança Nele, e às vezes até da sua fidelidade a Ele, para tentar suprir, por sua conta e risco, suas necessidades básicas, sejam elas físicas, materiais ou afetivas.
Já o Senhor, por sua vez, não é e jamais será um Deus medíocre. Tudo que Deus faz é excelente. Se Ele quiser provar-nos, fará isso com maestria, para aperfeiçoar o nosso caráter. Se, porém, quiser abençoar-nos, então Ele abençoa com bênçãos sem medidas.
Em Mara, Deus estava testando a confiança do povo. Quando Moisés clamou a Deus, o Senhor mostrou-lhe um lenho que ao ser lançado às águas, tornou-as doces. Neste lugar, o povo também recebeu do Senhor estatutos e uma ordenação, e ali foram provados por Ele. Ou seja: mais do que simplesmente suprir a necessidade básica da sede, Deus queria que seu povo o conhecesse melhor através de suas ordenanças. O capítulo 15 de Êxodo termina falando sobre a chegada do povo em Elim: esse nome tem como um de seus significados “lugar de descanso”. E pensem em um descanso excelente: um oásis em meio ao deserto, com doze fontes de águas e setenta palmeiras. Mais uma vez o Senhor revelava ao seu povo a Sua Excelência.
Cruzar o deserto sempre será uma experiência indesejável. Contudo, Deus nos permite peregrinar no deserto para aprendermos mais sobre Ele, para confiarmos mais em Seu Cuidado. E quando entendemos que tudo que Deus faz é excelente, então passamos a compreender melhor os Seus Desígnios, tanto quando Ele permite a provação, como quando Ele permite a bênção e o refrigério. Se cruzar por Mara é necessário é porque ali Deus deseja revelar-nos algo de Sua Parte, que precisamos entender e obedecer. No entanto, Elim, o lugar de descanso, está logo mais à frente, porque o Deus a quem você e eu servimos não tem limites. Ele é Excelente em tudo que faz.
Texto: Juliane Vieira Couto Lucena / Comunicação Batista
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