*Por Eunice Costa da Silva 

Em 1998, fui em Kôkraxmôr, que na época era a única aldeia daquela região. A população beirava os 500 habitantes. Para mim, todos tinham nomes impronunciáveis.

Comecei treinando os nomes dos vizinhos e dos que  frequentemente estavam em nossa casa. Bebīn era filho de um dos caciques da aldeia, casado com Bôni e aguardando o nascimento do seu primeiro filho. Sua esposa foi uma das primeiras pessoas que discipulei e tive o privilégio de conduzir a Jesus. Logo após sua conversão, Bôni tornou-se uma fervorosa intercessora do esposo. Adquiriu duas Bíblias para que Bebīn, que é professor, a ensinasse a ler, usando a Bíblia. Em pouquíssimos meses, ela estava lendo fluentemente. Ao ler a  Palavra de Deus, surgiam muitas perguntas e questionamentos. O casal nos procurava demonstrando sede de conhecer melhor a Bíblia. Bôni crescia visivelmente na fé e no conhecimento bíblico. Continuávamos orando pela transformação do Bebīn, que vivia dissolutamente em farras, bebedeiras e adultério. Muitas vezes o desafiamos aceitar Jesus, e sua resposta sempre era: “Adjym! kêt rã’ã!” (Espere! ainda não!).

Certo domingo, Bôni convidou o esposo para o culto matutino, mas ele  preferiu ir jogar futebol. Durante o jogo, Bebīn levou uma forte bolada na cabeça que o deixou desacordado por várias horas. Ele precisou ser encaminhado para atendimento médico especializado na cidade. Por vários meses, ele ficou com sequelas desse traumatismo craniano. Durante esse tempo, começou a refletir sobre sua vida e decidiu que era tempo de mudar e seguir a Cristo juntamente com a sua esposa. Seu crescimento na fé foi notável e em pouco tempo estava dirigindo cultos e pregando a Palavra de Deus. A aldeia sofreu várias divisões e depois de alguns anos,  Bebīn e sua família mudaram para Tepdjàti, uma dessas novas aldeias. No entanto, eles não ficaram muito tempo naquela localidade. Deixaram a Igreja organizada e pastoreada por um dos irmãos mais novos dele e foram visitar a aldeia ‘Ô’ôdjà. O pastor daquela aldeia já é bastante idoso e frequentemente precisa fazer tratamento de saúde na cidade. Bebīn aceitou o desafio de trabalhar pelo crescimento da Igreja local. O Senhor abençoou e o progresso do trabalho tem sido visível.

O casal tem viajado por diversas cidades e aldeias do Pará, do Mato Grosso e também do Rio Grande do Sul, testemunhando e compartilhando a Palavra do Senhor.

Como aluno do CMTB, Bebīn está se preparando melhor para a Obra Missionária. Seu desejo é levar o Evangelho a um povo ainda não alcançado.

*Missionária atuante na Missão Indígena Batista Conservadora – MIBAC

Irmão Bebīn com o pastor Alvacyr Costa, professor de Doutrinas Bíblicas do CMTB

Recebendo um teclado da missionária Lourde Rodrigues, que trabalhava em parceria com os missionários da MIBAC

Bebīn participou dos projetos de gravações das histórias Bíblicas e Novo Testamento em áudio

 

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